terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Glasgow 3


















alma viva em corpo inerte
coração que bate persistente
lágrimas que brotam de olhos cerrados
num sono impróprio à hora...
quão paciente espera 
vida que se passa lá fora
sem demonstrar sequer 
um esboço de dor
sofre sem glória

quais sentimentos estão preservados?
o que é de seu orgulho, sua arrogância
e sua vaidade?
tendo agora seus defeitos esquecidos
pelo juramento sagrado
qual será o seu destino?
ó ser humano em naufrágio...

agonizante descanso
deitado na inconsciência
numa dependência aviltante
de mãos proficientes...
tempo se passando lentamente
numa eternidade de dor...
terá medo de não mais abrirem
seus olhos pesados que se fecharam?
qual precária força tirada do mistério
em prol de respirar, 
vão sendo poupadas.


Luiza Brito

Palavras Nordestinas


Riqueza de nossa cultura 

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010





Não gosto da obrigação da certeza. 

Quero consumir horas e horas pensando nas alternativas de cada coisa. 

As coisas são fartas e desfilam a nos mostrar diversidades. 

Com incerteza vou aumentando minhas buscas 
e me endividando de dúvidas. 

De certeza, basta a morte. Tão certa quanto exatamente o fim.





“...me consola, moço.
Fala uma frase, feita com o meu nome,
Para que ardam os crisântemos
E eu tenha um feliz Natal!...”

Adélia Prado

Se tu soubesses que o teu segredo é igual ao meu, que farias?
Ririas de mim ou de ti?






As horas passam certas
No meu relógio adiantado
Que corre atrás
Do que poderá ser nunca mais...
Antes que me adormeça a tentação
E morra em mim a vontade
Descerei num repente
Quatro vãos de escadas
Para ir ter novamente
Instantes de eternidade.


Anjos Existem?



Não sei se anjos existem
Na terra ou no imenso universo
Só que fenômenos acontecem
Quando estou a escrever os meus versos

Quem me dá motivação
Na hora que me aperta o peito
Será que não há de ser então
Eles me dando um pouco de jeito?

Sendo eles ou não
Quem sabe ou quem há de saber?
Mas há forças superiores que são
Sentidas dentro de nosso ser

Pintores, escritores, artesãos
Gente do povo, mesmo sem cultura
Todos as gentes sem exceção
Têm dentro de si, estas criaturas

Criamos neles, asas para os diferenciar
De nós, seres insatisfeitos
Buscando imagens para nos salvar
Deste mundo imperfeito

É bom que acreditemos, assim não estaremos a sós
Que importa se vêm de nossa imaginação ou se são de verdade?
Preciso é que os sintamos presentes entre nós
Dando-nos paz, esperança e felicidade

Se existem anjos de fato
Não acredito que sejam humanos
Alguns de anjo são chamados
Por serem menos profanos

Sendo nós, todos de Deus, os seus filhos
E para merecermos por Ele, sermos encontrados
Quem haveriam de ser os escolhidos
Para de anjos por nós serem chamados?

Se todos nós temos defeitos, é a lógica!
Nenhuma asa escondemos
Se não as vemos em nossas costas
É simplesmente porque não as temos...

domingo, 19 de dezembro de 2010

Retornando...

Eu nunca estive satisfeita com a formatação desse blog, inspirada, nem estimulada a postar aqui porque sempre achei difícil mexer com ele. Html de uma figa, que me fez quebrar a cabeça inúmeras vezes e perder horrores de tempo, tentando encontrar um modo de padronizar meus textos, sempre em vão e por causa do meu perfeccionismo estético, acabei largando mão disso aqui por quase dois anos. Hoje fuçando, consegui encontrar onde estava o erro, era apenas questão de configuração. Ainda estou apanhando com a postagem de imagens e outras coisas, mas já dá pra recomeçar.

Reinauguro minhas postagens com esse vídeo. Dança que inebria com o jogo de pernas, produzindo um entendimento perfeito do homem e da mulher, harmonizados pelos movimentos. Vontade de retornar às minhas aulas. Espero dançar assim um dia...


Ansiedade















Devaneio há dias
Engolindo tralhas velhas
Que me preenchem o estômago
Até o repugno.
Penetram-me coisas inúteis
Engordam-me venenos
Boca à dentro, sem fome
Sem a saciedade
Avante numa busca incessante
De quê?