quinta-feira, 24 de julho de 2008

Ventos de Agosto




Ventos de agosto me trarão sonhos assobiando 
Nas frestas das ensaiadas curvas da esperança 
E me levarão desesperos num redemoinho de poeira 
Para longe e muito alto da minha renovada cabeça 

Ventos de agosto me trarão recomeços 
E me levarão os fins que trouxeram os meios 
Da oportuna e espalmada fé nos setembros 
Que virão sempre com ventos de outros agostos 

Ventos de agosto anos após anos virão 
Levando invernos, trazendo primaveras, verões
Inquebrantável pauta genética do tempo 
Anunciando com seus ruídos quando vêm 

Ventos de agosto vêm para quem os vêem 
Rompendo as estacas rijas dos estigmas 
Revolvendo medos, dúvidas, maus presságios
Do dia treze que passa do mal para o melhor 

Ventos de agosto após o dia treze, segue 
Em assobios, contradizendo o maligno, 
Mandingas, azares, malfazejos, invejas 
E os ventos do próximo agosto com seus silvos 
Esvoaçarão novamente meus longos cabelos

Agosto de 2008s cabelos longos.

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