É tarde demais.
Muitas horas já se passaram.
Ao correr das horas corridas,
Corri tanto que passaram
Todas as horas.
Todas.
Porque foram demais.
Os relógios marcaram
Pulsando horas.
Dia e noite.
Sol e lua.
Fiquei contemplando
A sensação aguda de tique-taques
Que ultrapassavam silêncios.
Carrilhões anunciam
Instantes perecíveis
Que voam a cada toque.
Toque de carrilhão.
Melodioso objeto do tempo.
Tempo constringe vida.
Tempo improvisa o cedo da morte.
Tique-taque,
Tintin por tintin,
Tique-taque...
Momentos passando.
Idas, idas, idas
Que não voltam.
Segundos seguintes desconhecidos.
Pra onde vou?
Auroras.
Todo os dias, auroras.
Futuro, passado não existe.
Minha mente desmente.
Começa a existir o presente.
Contente ou triste, nascente.
Tempo dissipando
O ontem do hoje
Que se vai indo.
O hoje se vai indo
Para o ontem.
Amanhã é loucura.
Obscuridade.
Medo.
Destino.
Esperança.
E morte.
Alcanço-a no hoje
Se indo para o ontem.
Já foi.
Lá na frente
Ao longe
Muitos instantes
Já passaram num carrilhão.
Nunca e sempre
Dão vertigens.
É um abismo.
Arrepio.
Longo além do tempo.
Eternidade que fere o próprio tempo.
Estorvo.
Desenrolar de dias apodrecerão
Quando passarem em tropéis.
Rumo ao depois do que foi um dia
Que se aguardava com ansiedade.
Qualquer tamanho se acaba indo.
E o que nasceu morre...
o jogo de palavras. deve ter dado um certo trabalho montar essa poesia.
ResponderExcluirGostei de ler.
Um abraço e apareça.